quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Mark explica Kingdom Of Heaven

Em novembro de 2009, a edição In The Studio With... do FaceCulture foi com o Epica. Mark explicou os riffs, ritmos, temas e letras da música Kingdom Of Heaven. No final do vídeo, ele termina contando um caso sobre sua avó, Elisabeth Jansen, para quem a música foi dedicada.


*O gêrero do vídeo não se pode ser classificado como uma entrevista, portanto, esse post não será acrescentado ao índice na página de entrevistas.*



Oi, eu sou Mark Jansen do Epica, e nós vamos ver a música Kingdom Of Heaven hoje.

Eu comecei a compor essa música há mais ou menos 3 anos, ela é um dos projetos de longo prazo.
Inicialmente, eu queria usar essa música para um projeto, um projeto de black death metal. Eu não pude usá-la no passado porque o Jeroen Simons não estava muito apto a essas partes rápidas, então eu nem pensava em usá-la no Epica; mas agora que temos o Ariën Van Weesenbeek, ficou claro que nós tínhamos que usar no Epica.

Eu comecei esses riffs, nos primeiros dois anos e meio que eu trabalhei nessa música; foi uma estrada solitária, eu trabalhei nisso sozinho. Mas assim que eu tive o básico da música ajustado, eu convidei  os outros -- Coen, Isaac - quando ele entrou na banda -, Ariën -- e juntos começamos a trabalhar nessa música, e juntos levantamos a música a um nível mais alto.

Começava assim... É uma introdução bastante assustadora, mas eu tive a impressão que faltava alguma coisa.
A letra é sobre o Livro Tibetano dos Mortos, é por isso que acrescentamos antes disso um coro tibetano. Ele ajusta a atmosfera pra música inteira. Só com esse pequeno começo. Também na introdução tem a parte que eu escrevi como um riff de início.

A primeira parte da música é basicamente sobre um cientista que iniciou investigações acerca de assuntos com novas perspectivas. Durante a história, sempre houve o fato de que quando alguém tem uma nova ideia, há sempre o riso, alguns fazem dele um idiota. Então essa primeira parte é sobre esse tipo de coisa, que pessoas com a mente aberta deveriam ter mais apoio, porque eu acho que todos os grandes avanços começam com as poucas pessoas de mente aberta e não daqueles que tem a visão comum.

Aí temos o pré-refrão.

Então entramos no refrão. Eu vou mostrar camada por camada, começando pela bateria e aos poucos tudo vai ser acrescentado.

Depois do refrão, voltamos ao bridge, depois outro verso, pré-refrão e refrão de novo.

O começo dessa música é basicamente uma preparação normal para um golpe. Um golpe de quase 14 minutos.

-- Ok, mas o que faz dessa música diferente?

É que esse potencial de golpe é destruído. Depois que a grande segunda parte da música começa, com novo refrão, novas bridges, então uma parte intermediária, e depois da parte intermediária, começa uma parte acústica com uma atmosfera totalmente diferente. Então vai para uma parte pesada de novo, solo, depois do solo voltamos a um refrão, então a música acaba.

A segunda parte da música já tem um compasso diferente. Quase não é perceptível, porque vem naturalmente... Aqui é a transição. Percebe? De repente o ritmo diminiu um pouco. Essa outra parte é mais groovy, antes tinha riffs bem rápidos, e agora tem riffs mais groovy. Tem uma mudança completa de estado de espírito, de certa forma, na música.

A segunda parte é sobre ganância. Muitas histórias sobre pessoas que tiveram experiência de quase-morte contam que, depois dessa experiência, no dia seguinte ou na semana seguinte, eles mudam completamente de vida; algumas coisas deixam de ter importância para eles, outras coisas ficam muito mais importantes. Dá pra ver que eles ficam muito menos gananciosos, o dinheiro deixa de ser o principal do mundo, e a família ganha mais importância do que sempre teve.

Tivemos a estrutura básica, a deixamos de lado agora. Essa segunda parte, então, leva para uma pesada explosão.

Eu tenho que dizer, também, que essa parte intermediária tem a bateria baseada no samba, e foi a única parte que o Ariën teve dificuldades pra tocar. Eu só escrevi as linhas básicas para cordas aqui, que foi tocada pelo Isaac na guitarra. E o Miro, o cara que ajuda nas guitarras, fez mas uns sons aqui, esses detalhes extras... o som meio louco nessa parte. Essas coisas, eu acho que são o toque final.
Depois da parte pesada, temos o que eu já expliquei, essa pausa pra respirar.

Eu dediquei essa música a minha avó, que faleceu no começo desse ano (2009) e essa parte, particularmente, me lembra dela.

Depois disso, entra a parte acústica que eu estava falando antes... Entram as cordas... Bateria... Aqui o vocal começa, eu vou colocar pra tocar... Coros. E aqui não ouvimos nada porque eu não acrescentei o baixo ainda.

Basicamente, a última parte que eu gostaria de mostrar é o solo do Isaac. Tem quase o mesmo tema... é o mesmo tema que se ouve antes, com violão, mas agora com guitarra e distorção.

Bom, agora vocês já foram introduzidos na maior parte do que é interessante pra mostrar. Não tudo ainda, mas o suficiente pra explorar mais, os destaques.

Pra terminar com um acontecimento engraçado com minha avó; uma vez ela foi assistir nosso ensaio e todos sempre achamos que ela nem prestava atenção nas músicas, mas um dia nós mudamos uma parte em uma música e ela perguntou: "O que vocês fizeram com essa música?", responderam: "O que você quer dizer?", "Vocês mudaram alguma coisa?", "Sim, mudamos".
Então, na verdade ela estava escutando todo esse tempo, e era uma música pesada até. Ela não conversava muito sobre isso, e foi apenas em um show, mas ainda assim ela era uma das nossas maiores fãs.

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