Entrevista - Mark Jansen (Review do Novo Álbum)

Em uma sessão auditiva realizada em Reuver, uma semana antes do Natal, Epica deu o melhor presente que poderia. O novo álbum será lançado em 9 de março de 2012 e, na semana seguinte, será apresentado no 013, em Tilburg.

Entrevistador (Sharik Derksen): O novo álbum, pelo que pude escutar e pelo que me dei conta, é muito mais calmo e mais cheio de som, em comparação ao que nos acostumamos com o Design Your Universe.

Mark: Um monte de fãs disseram que o Design Your Universe foi muito difícil de digerir, aquilo que é possível compreender. Por outro lado, foi tirado do Epica as partes mais pesadas porque o MaYaN agora tem esse papel, por isso o álbum soa um pouco mais calmo. Não há melhor equilíbrio que esse.

E: Por que escolheram esse título?

M: Em primeiro lugar, devido à crise financeira que é mantida por um pequeno grupo seleto que está por cima do governo. Eles não têm o controle, na realidade eles não podem fazer nada. "Indiferente" é para os que só vêm os próprios interesses. Estão se interessando por algo perdido, por certo ponto de vista. Se eles continuarem com isso, passarão por tempos difíceis e irão em alta velocidade se dirigir contra um muro, e portanto, se continuarem com isso, este será seu próprio réquiem.

Mas não só trata da crise financeira, trata também da natureza. Do Protocolo de Kyoto, que viola não só os direitos dos animais, mas também sociais, onde as pessoas estão cada vez mais separadas dos demais. A grande diferença entre o Islamismo e a América por exemplo é que o grupo de fundamentalistas só aumenta, por serem muitos para serem combatidos.

E: Dessa vez não há músicas muito longas no álbum?

M: Não, dessa vez não. Minha música preferida é a última do álbum, Serenade Of Self-Destruction, que tem um pouco menos de 10 minutos. 9:53 para ser exato e não creio que seja necessário esses 7 segundos que faltam para 10 minutos.

E: O que me chamou atenção no álbum é que não há músicas unidas entre si, algo que aparece nos álbuns anteriores.

M: Isso é, em parte, porque há muita coisa aconecendo nas músicas e, às vezes, uma pausa é necessária. Só um momento de reflexão antes que comece a próxima música.

E: Mais uma vez trabalharam com o célebre produtor Sascha Paeth, por que ele não optou por uma renovação?

M: Sascha nos conhece completamente. Ele sabe exatamente como o Epica tem que soar. É como um sétimo integrante para nós e sempre trabalha para aperfeiçoar as faixas. Ele prioriza que refaçamos as faixas que não são suficientemente boas e trabalhemos mais nelas. O trabalho dele é muito mais importante do que só produzir.

E: No álbum anterior, a composição foi um pouco mais dividida. Não só você e a Simone, mas os outros membros também contribuíram com suas partes. Como foi dessa vez?

M: Isaac e Coen criaram duas músicas cada um, e o resto eu. Às vezes um integrante ajuda um pouco mais e na próxima vez, outro; é um processo natural. Yves também gravou seu baixo e analisou algumas linhas para acrescentar ou retirar. Ariën grava sua própria bateria e melodia e as revisa para continuar a melhora. Portanto, é acrescentado tudo o que cabe. E Ariën é de outro planeta.

E: Há planos de um single? Storm The Sorrow parece um bom candidato.

M: De fato. Storm The Sorrow é um candidato. Com um vídeo para o YouTube. Mas TMF / MTV o apresentaria de qualquer forma. Se repararmos em quantas vezes o vídeo do MaYaN foi exibido, é porque certamente tem bons conceitos para o YouTube. Provavelmente tenhamos só um single pelo iTunes.

E: O álbum virá como? Download, CD, CD duplo e vinil?

M: Isso depende da Nuclear Blast. Mas eu gostaria de ver saindo em formato de vinil. Então vamos esperar.

E: O que me surpreendeu foi a data de lançamento. Por que 9 de março?

M: Queríamos ter tempo de fazer algumas turnês pela Europa, e antes disso não se podia, porque o Nightwish vai estar em turnê pela Europa em janeiro e fevereiro e eles não queriam que nossas datas coincidicem. Essa data que decidimos é boa para uma turnê pela Europa.

E: Não haverá turnê holandesa?

M: E nós também não queríamos trombar com eles (risos). Não, nós queremos fazer mais alguns shows na Holanda, então um monte de lugares pequenos não funciona mais. Também está se aproximando o décimo aniversário do Epica em 2012. Mesmo assim, sempre tocamos mais na Holanda do que nos outros países.

E: O show de lançamento será muito próximo do lançamento do álbum, essa é uma escolha consciente?

M: Para os fãs, uma semana, a tempo de ouvir o novo álbum. Dá última vez, os fãs já conheciam as músicas e não ficaram só ouvindo. Naquela época, nós tocamos o CD inteiro e dessa vez não será assim, vamos adicionar algumas músicas antigas ao setlist.

E: No facebook, perguntaram aos fãs se haverá demanda para a versão instrumental do álbum. Qual foi a resposta?

M: A escolha dos fãs ficou claro como SIM!

E: Olhando para trás, em 2011, o MaYaN foi primordial para você, mas como será em 2012?

M: Bom, sempre tivemos mais shows do Epica do que do MaYaN esse ano. Mas não, 2012 será um ano cheio de shows do Epica. Até o verão, duas turnês, depois terão os festivais de verão e, em seguida, duas turnês sul-americanas e uma norte-americana. Depois, o especial de fim de ano pelo décimo aniversário do Epica.

E: E haverá momentos para um DVD em algum lugar?

M: Quem sabe, quem sabe. Talvez poderíamos lançar algo de décimo aniversário. Seria um bom extra, certo? Seria bom chegar a um acordo com todos sobre gravar um DVD.

E: Passaram um bom tempo sob a marca da Nuclear Blast. Quantos álbuns faltam até que acabe o contrato?

M: Mais 36! (risos) Não, o acordo foi por quatro álbuns, e esse é o terceiro. Depois, estaremos gratos em firmar com eles outro contrato. Estamos muito contentes com eles e eu gostaria que se mantivesse dessa forma por mais tempo. Mas por hora não nos preocupamos com outros álbuns, só nos concentramos nesse.

E: Alguma coisa com essa gravadora está para acontecer?

M: Deveremos relançar os dois primeiros álbuns. Temos mais umas faixas bônus para eles e então lançar. Mas não há exatamente planos pra isso. Minha dúvida é se realmente há demanda.

E: Mudando de assunto, o que você almeja para 2012, a nível pessoal ou profissional?

M: Eu gostaria de tocar no Parkpop. E a nível pessoal, gostaria de visitar todas as pirâmides maias. Provavelmente faça uma viagem em janeiro.

Fonte: dutchdistortion.nl