terça-feira, 16 de agosto de 2011

Entrevista - Simone Simons

Entrevistador (Brian Rademacher): Olá, Simone, e bem-vinda ao Rockeyez.com. Me diga, o que é a música gótica pra você?

Simone: Essa é uma pergunta que me fazem muito esses dias. Hoje em dia, o gótico parece que virou uma palavra que generaliza o metal com vocais femininos. É difícil descrever, muita gente acha que somos uma banda de metal gótico, mas quando fomos a um festival de música realmente gótica, éramos a banda avulsa. Eu descreveria o Epica como uma banda de metal sinfônico com vocais femininos. Temos muitos elementos em nossas músicas que cada um interpreta do seu jeito. Por mim tudo bem.




E: Na sua infância, você já tocou flauta e teve aulas de canto. Que tipo de criança você era no ensino médio?

S: Muito tímida e recolhida. Eu gostava de assistir TMF e MTV quando estava em casa. Na escola eu gostava muito das aulas de música. Durante e último ano, eu fiz um teste pro musical da escola. O papel pro qual eu fiz o teste era o de Marilyn Monroe. Infelizmente eu não consegui o papel por causa de uma outra garota que atuava muito bem, e eu só ficava lá, paradinha. Eles gostaram mesmo foi da minha voz, então decidiram incluir um novo papel pra mim. Eu tive que cantar "All At Once" da Whitney Houston.


E: Antes do Epica ou de qualquer banda que tenha gravações em estúdio, qual foi a primeira banda de garagem que você fez parte?

S: Epica foi minha primeira banda real. Eu ensaiei com uma outra banda duas vezes, mas nós éramos mais interessados em brincar com armas de brinquedo do que tocar. Era de black metal, não sei se ainda existem.


E: Qual foi a sensação de estar à frente de uma multidão cantando ao vivo pela primeira vez?

S: Foi naquele musical. Eu estava suando igual a um porquinho. Muito nervosa, é claro, eu devo ter cantado terrivelmente. Em uma das três apresentações, eu comecei a rir muito alto no meio da música porque a Marilyn Monroe estava distraindo as pessoas e foi hilário!  Por sorte, eu me recompus e terminei a música. Havia mais ou menos 200 pessoas por noite assistindo.


E: Você ganhou algum prêmio na juventude?

S: Não, infelizmente não. Eu queria participar do Soundmixshow infantil. Eu amava a música "Unbreak My Heart" da Toni Braxton, eu cantava essa música no rádio do carro do meu vizinho. Mas eu não me matriculei.


E: Você mencionou que na primeira vez que ouviu Nightwish, foi sua paixão. Qual foi o primeiro álbum deles que você comprou ou ganhou? E, qual foi o primeiro show que você assistiu?

S: Eu já escutava metal um tempo antes de ganhar o álbum do Nightwish. O primeiro CD que eu comprei foi o single "Not an Addict", da banda holandesa K'S CHOICE. Ah, eu me lembro que também comprei alguns CDs quando ganhei meu primeiro CD player. Não acho que eu ainda tenha eles.
O primeiro show que eu fui foi do Art Garfunkel, fui com minha mãe. Sem o Simon, Art é um pouco estranho. Mesmo assim, foi impressionante esse primeiro show.


E: Como foi que o Epica assinou com a Transmission Records?

S: O Mark já conhecia o pessoal porque o After Forever tinha contrado com eles também. Eles conheciam o talendo do Mark e disseram que gostariam de contratar a nova banda dele. Nós gravamos o demo e eles adoraram. Temos sorte de terem acreditado em nós. Por causa deles, tivemos a chance de gravar um CD de verdade com o ótimo produtor que é o Sascha Paeth.


E: Seu primeiro CD foi o The Phantom Agony que saiu em 2003 e fez muito sucesso. Como esse novo CD Consign To Oblivion se difere do primeiro?

S: O sucesso é até maior, mas a música em si é um pouco diferente. O som é mais maduro, minha voz está mais versátil. Eu não canto só clássico, canto também pop e rock. Eu uso várias técnicas. Yves, nosso baixista, parece que tinha talentos escondidos. Ele compôs algumas músicas com o Mark. Os dois são grandes adimiradores de tilhas sonoras. É por isso que o álbum tem alguns elementos desse estilo.
Os arranjos foram feitos pelo Miro dessa vez. Ele trabalhou com o Rhapsody e com o Kamelot e fez um ótimo trabalho no nosso último álbum.


E: Quanto tempo demorou pra gravar o Consign To Oblivion?

S: Começamos no inverno de 2004; acho que demorou uns 3 meses, o que é normal pra uma gravação de álbum.


E: Que música foi mais difícil de gravar?

S: Para eu cantar, foi Dance Of Fate. Nem sei porquê, exatamente, demorou algum tempo pra eu conseguir sentir a música, e não é uma das minhas músicas favoritas, pra ser honesta.


E: Vamos para algumas músicas específicas. Force Of The Shore tem vocais demoníacos e guturais. A banda está indo pro lado do death metal com essa música e algumas outras desse lançamento?

S: Eu diria que é o "lado bruto" do Epica nessas músicas. Nós sempre tivemos guturais nas músicas. O Mark tem boa voz pra isso e seria um desperdício não usá-la, já que todos gostamos.


E: Mother of Light é uma música perfeita. O poder dessa música é incrível, com baixas harmonias e vocais agressivos. Conte-nos o processo de gravação dessa música.

S: Agora, essa é uma das minhas perferidas! Adoro cantá-la ao vivo. O público reage muito, muito bem. Sobre a gravação, eu não tenho muita coisa a dizer, já que eu só assisti gravarem o coral, gurural e vocal. Primeiro de tudo, os versos eram cantados com gutural, mas depois de ouvir algumas vezes, eu tinha uma nova parte em mente. Eu cantei pro Mark e ele gostou tanto que acrescentamos. A música tem várias partes de coral, meu vocal, vocal do Mark... ah, é linda!


E: Trois Vierges é uma das minhas faixas favoritas. Como foi gravá-la com o Roy Khan? E como você conseguiu colocá-lo na música?

S: Foi ótimo tê-lo nessa música. Nós havíamos pedido pra ele há algum tempo, mas ele estava muito ocupado e não queria fazer nada fora do Kamelot. Quando nos encontramos no estúdio onde eles estavam terminando o álbum deles, nós conversamos de novo sobre isso e ele me disse que estava procurando por uma vocalista para o primeiro single. Então fizemos meio que uma troca. Para minha sorte, eles queriam um clip, então voamos pra Suécia e aproveitamos muito!


E: Com a música gótica ganhando popularidade com o festival GothStock, nos Estados Unidos, haveria chance de o Epica estar tocando mais vezes nos EUA e ir pro GothStock de 2006?

S: Seria muito bom se o Epica pudesse tocar lá. Com certeza, estamos interessados. Queremos tocar em todo lugar!


E: O Epica consideraria fazer uma trilha sonora de um longa metragem?

S: Nós já gravamos um CD de trilha, se chama The Score. Mark e Yves adoram escrever música pra filme, então se houvesse outra oportunidade, eles não diriam não.


E: Parace que a Holanda é o centro da música gótica e a medieval. Existe razão pra isso?

S: É verdade, lá tem muitas bandas de metal com vocal feminino. Pode-se dizer que a Holanda é pro gótico o que Seattle foi para o grunge. Mas eu não posso dar uma explicação pra isso.


E: Se você tivesse a chance de fazer algo que ainda não fez, musicalmente, o que seria?

S: Eu gostaria de tocar cello, piano e cantar, tudo ao mesmo tempo! Não, sério, uma ópera seria maravilhoso. E eu queria descobrir se tenho talento pra algum outro instrumento. O tempo dirá...


E: Suas roupas são feitas sob medida?

S: Algumas são. Eu tenho contrato com a HorsNorm. São franceses, eu tenho alguns vestidos, corsets e catsuits dessa marca. Eu desenhei e eles fabricaram. As outras roupas que visto, são as que encontro nas lojas por toda a Europa.


E: Qual sua música favorita do novo CD?

S: Por enquanto, é Consign To Oblivion, mas também gosto muito de Mother Of Light e Quietus!


E: O encarte que vem no Consign To Oblivion tem fotos de algumas estátuas antigas. Há algum significado por trás das fotos?

S: Já que o Mark escreveu algumas músicas que tinham a ver com a cultura maia, nós achamoes que seria legal também colocar isso no visual do álbum. É uma coisa nova, especial.


E: Houve alguma música que foi gravada para o novo CD e acabou não sendo lançada?

S: Teve só uma música instrumental que não ficou pronta no final. Palladium, é uma música do Yves. Acabou sendo uma faixa bônus no nosso primeiro singles. Para o segundo single tivemos que gravar duas novas músicas, só pra ter faixa bônus. Uma delas é um cover e a outra é uma balada chamada Linger, já tocamos ela ao vivo.


E: Se você tivesse a chance de gravar uma música com um vocalista, homem ou mulher, quem seria?

S: Acho que a Tarja, do Nightwish, é um pedido de muitos de nossos fãs, e eu não diria não. Acho que nossas vozes iriam combinar bem... ainda mais em uma música mais clássica.


E: Se você tivesse uma fantasia que virasse realidade, qual seria?

S: Viajar o mundo com o Epica. Me tornar uma boa cantora e viver disso.


E: O que você pensa sobre religião?

S: Eu acredito em mim e na força da mente humana. Não subestime o poder de sua própria mente. Talvez exista algo sobrenatural, mas eu não leio a bíblia ou sou convertida a nenhuma religião.


E: Você cogita ter uma álbum solo?

S: Por enquanto, eu não tenho tempo pra isso. Além do mais, não tenho tal ambição. Acabei de começar com o Epica e quero ver o quão longe essa banda pode ir. Nós alcançamos muitos marcos em tão pouco tempo. Quero ver se o céu é realmente o limite.


E: Simone, Rockeyez te agradesce pelo ótimo CD novo e pela chance de falar com você. Gostaria de dizer alguma coisa, pra concluir?

S: O prazer é meu, obrigada pelo sincero interesse no Epica, e estou muito grata por ter gostado do novo CD. Assim que soubermos alguma coisa sobre uma turnê nos Estados Unidos, estará no nosso site!

Um comentário:

  1. Grande entrevista com a musa Simone Simons! É uma grande banda, pena que eles estiveram por perto fazendo show ano passado e não pude ir! Seria uma honra!! O melhor álbum? Consign To Oblivion!! Parabéns pelo blog!!!

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