quarta-feira, 26 de junho de 2013

Entrevista - Simone Simons


Entrevistador: Qual você acha que é o maior problema do mundo atualmente?

Simone Simons: As pessoas são egoístas. Pensam mais em si mesmas e nunca na comunidade ou no mundo como um todo. Então as pessoas trabalham para si mesmas, e se as coisas tiverem efeitos colaterais, elas não ligam, porque não afetariam suas vidas diretamente. As pessoas não assistem os jornais, só ligam pro que acontece em suas casas, não pensam que outras pessoas podem não ter a mesma sorte.
Às vezes nós gostaríamos de falar com essas pessoas e ver se elas estão mesmo nessa situação que é mostrada na mídia. Porque este é outro ponto: a mídia depende das coisas negativas. Assim muitas vezes temos impressões erradas dos países, culturas e etc.

Entrevistador: Você tem que ser extra cuidadosa esses dias, especialmente no palco, por causa do seu estado.


SS: Sim, quando a barriga cresce, o centro de gravidade vai pra frente. Eu não uso mais salto durante o dia, só no palco, e é estranho porque balançar a cabeça não tem dado mais tão certo, então eu tento não tensionar tanto a barriga pra ter espaço na barriga pro bebê nadar.
Eu ainda bato cabeça, mas não aquela coisa pesada mais, eu não faço aquelas coisas loucas. Eu ainda quero aproveitar em vez de ficar no palco parada como uma tábua.

Entrevistador: O bebê já reage à música? Porque às vezes fica meio alto o barulho no palco.

SS: É, eu com a minha amiga Anneke van Giersbergen sobre isso, porque ela esteve grávida em turnê também, e ela me disse que o filho dela ficava bem quieto durante as músicas pesadas e quando ela cantava as baladas ele começava a chutar e ficava na ativa. Mas até agora eu não senti movimentos durante os shows ainda, fora deles, sim. Talvez eu sinta essa noite :)

SS: O show [Retrospect] durou 3 horas e eu estava pensando em como eu faria aquilo. Eu já estava grávida e cansada... mas o show passou em um flash. Nós tivemos roupas feitas especialmente pro show, muitas roupas; tínhamos um guarda-roupas/camarim perto do palco, eu dava um pulo lá e duas moças ficavam tentando me colocar dentro das roupas. Foi louco. Parecia um show bem grande de pop ou rock de verdade, de alguma banda bem grande. Nunca havíamos feito nada assim antes, foi bonito, estressante, emocionalmente maravilhoso.

Entrevistador: E sobre Floor Jansen estar substituindo Anette Olzon no Nightwish.

SS: Sim, sim. Nós conversamos sobre isso muitas vezes.

Entrevistador: Como ela se sentiu com isso?

SS: Não sou eu quem deve contar ao mundo como ela se sente, quem sente é ela. Mas eu acho que ela é muito corajosa por vestir essa camisa porque já para Anette foi difícil de substituir Tarja. Se uma banda grande já tem um ícone como vocalista, não fica fácil assumir esse lugar. Mas ela faz isso muito bem. Ela é uma ótima cantora, é muito divertida, e ela me disse que está se divertindo com os rapazes, então eu acredito nela.

Entrevistador: O Nightwish já foi inspiração para o Epica? Porque o estilo é parecido.

SS: Não musicalmente. Eu sempre fui muito fã do Nightwish, dos dois primeiros álbuns, na época que comecei a ouvir metal com mulheres no vocal, e eu amei a combinação de vocal feminino clássico com metal bem melódico. O vocal clássico e a música de trilha sonora são coisas que ambas as bandas fazem.

Entrevistador: Você tem acompanhado o trabalho da Tarja ultimamente?

SS: Sim, eu mantenho contato com ela também. Na verdade, nos falamos no Skype há dois dias, e ela está muito bem. Ela também tem bebê agora, é outra mamãe. Eu contei a ela sobre minha gravidez e ela ficou bastante feliz por mim, e me disse que é conciliável - a turnê e ter o bebê - então eu também vou tentar.

SS: Eu não sabia que tinha fãs lá [Austrália], então ir pra essa novo território e ver que as pessoas conhecem sua música lá, sabem seu nome - mesmo pronunciando de um jeito muito engraçado, alguns me chamam de Simoní, Simoní Saimons. A banda agora me chama de Simoní.
Nós já estivemos na Rússia, na Bielorrússia ainda não, mas eu presumo que seja meio parecido. E Dubai... eu realmente não tenho a menor ideia. Acho que vou ter que... usar roupas típicas no palco, não posso mostrar muita coisa. Mas claro que não vou usar roupas que mostrem muito, já que estou "expandido".

Entrevistador: Eu acho que Dubai tem um jeito bem ocidental.

SS: Sim, muitas pessoas do ocidente frequentam ou trabalham ali, então eles devem estar acostumados. Mas, ainda assim, eu tento respeitar um pouco a cultura local.

Entrevistador: Absolutamente. Eu acho que Dubai é a cidade onde eles têm Ferraris como carros de polícia.

SS: Então eu não ligaria de ser presa. Seria presa com estilo.

Entrevistador: Você disse que não quer insultar ninguém - em Dubai, por exemplo. Você já foi surpreendida com alguma lei engraçada, algo que você não poderia ter feito, mas não sabia?

SS: Bom, nós sabíamos quando fomos pra China que lá eles leem suas letras e querem saber sobre o que você canta. Nós pensamos que seria muito rígido quando chegamos lá, mas foi o contrário.
Quando estivemos pela primeira vez na Tunísia, há uns quatro ou cinco anos, fomos revistados pela polícia no camarim. Eles chegaram com pastores alemães enormes pra checar se tínhamos drogas. Naquela época, antes da revolução, a polícia ainda chefiava o país e eles pegaram todo o dinheiro do promotor depois do show. Eles simplesmente...

Entrevistador: Então vocês foram roubados?

SS: É, ele foi roubado, depois do show. Foi meio... Como eu venho da Holanda, que é um país liberal, ter uma experiência assim é quase como ver acontecer pela TV, mas é com você. Parece errado.
Mas agora por sorte as coisas estão mudando lá.

Entrevistador: É mais um assunto pra você escrever nas suas músicas.

SS: Sim!

Entrevistador: Ok, muito obrigado, Simoní. Tenha um bom show.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe sua mensagem após o beep. *BEEEEEEEEEEEP*