sexta-feira, 2 de março de 2012

Entrevista - Simone Simons



Simone Simons: OI, EU SOU SIMONE SIMONS DO EPICA E VOCÊ ESTÁ ASSISTINDO AO SPAZIOROCK!


Entrevistador (Marco Belafatti): Olá, Simone, e bem-vinda ao SpazioRock e à Itália. Está gostando do tempo frio?

Simone: Sim! Estava esperando que viria à Itália e pegaria um pouco do sol brilhando, mas está nevando aqui. Eu estava em Amsterdã ontem e estava congelando. Mas eu sempre gosto de estar na Itália; teremos pizza italiana de verdade essa noite.

E: O seu quinto álbum está para ser lançado em poucas semanas. Você está ansiosa?

Simone: Sim, muito. Para nós, o álbum é novo, mas nós já conhecemos as músicas há um bom tempo, e estamos contentes com ele e queremos compartilhar com os fãs, então devemos ser um pouco mais pacientes.
E: Por que foi escolhido Requiem For The Indifferent como título para o novo álbum? Sobre que tipo de indiferença vocês estão falado?

Simone: O título foi ideia do Mark. Nós sempre queremos ter um título contagiante para o CD. E também é o título de uma música desse álbum. Mas, originalmente, a música Requiem For The Indifferent tinha um título diferente, e nós ainda estávamos quebrando a cabeça para saber que nome dar a esse álbum, algo que resumisse todos os assuntos que abordamos em nossas letras. E, por indiferença basicamente queremos dizer as pessoas que, hoje em dia, não estão interessadas no que está acontecendo no mundo; a primavera árabe, as guerras, desastres naturais, crise financeira, política... tudo isso... resume tudo isso...
Esperamos que as pessoas não pensem tanto em si mesmas, mas pense em todo mundo como um todo, e que todos temos que contribuir em fazer o mundo durar, e também em melhorar a situação atual.

E: E existe um conceito por trás das novas fotos promocionais ou da capa do álbum?

Simone: A capa do álbum é novamente feita pelo artista alemão Stefan Heilemann. Nós trabalhamos com ele nos dois últimos álbuns. E um pouco da ideia por trás da capa é que há uma mulher que não tem nome, tem apenas números no seu braço, então ela é uma de muitas que cresceram nesse mundo frio, cheio de máquinas e materialismo. E ela está tentando desesperadamente escapar desse mundo, tentando voltar às leis da natureza; que já foi assunto lá atrás, no começo do Epica. Também é algo como o Yin-Yang, o bem e o mal que, no momento, estão fora de equilíbrio e nós esperamos que... Sempre haverá o bem e o mal, mas desejamos que seja... balanceado.

E: Storm The Sorrow será o primeiro single, certo? Sobre o que essa música trata?

Simone: Essa é uma letra escrita por mim, e a música foi escrita pelo Coen. E Storm The Sorrow fala sobre o fato de que, quando se é uma pessoa pública, você tem que lidar com muitas críticas do mundo, de pessoas que você não conhece, de pessoas que não conhecem você. E isso é mais fácil hoje em dia com a internet, você simplesmente escreve algo e... algumas pessoas fazem isso deliberadamente para machucar outras. E é sobre como você dá ouvidos a isso. Eu não leio tudo o que é dito sobre mim, aliás, nem é possível. Enquanto existir pessoas gostam do que você faz, tudo bem, mas sempre vai haver pessoas reclamando. É impossível agradar a todos, de qualquer forma. Então, esse é mais ou menos o conceito dessa música.

E: Design Your Universe foi o álbum mais pesado de vocês até agora. Como o som do Epica evoluiu desde então e que tipo de som devemos esperar do novo álbum?

Simone: Requiem For The Indifferent é mais ou menos na mesma linha do Design Your Universe, nós mantivemos o peso porque isso é proveniente dos dois novos membros, Isaac e Ariën. Os dois também contribuíram no processo de escrita. Esse álbum parece ser mais balanceado, é um pouco menos sinfônico e um pouco mais cru, de certa forma, continua sendo bastante Metal. Nós mantivemos as melodias contagiantes, as músicas curtas, a balada, a música longa e complexa. Continua muito Epica, porém mais balanceado e mais maduro também.

E: Em 2011, você foi convidada no álbum de estréia do MaYaN. Você acha que o Requiem For The Indifferent foi, de alguma forma, influenciado pelo Death Metal Progressivo contido no MaYaN?

Simone: Não exatamente. Mas é claro que o compositor principal do MaYaN é também o compositor principal do Epica, mas o MaYaN é mais extremo, é muito pesado, é há outros membros na banda escrevendo as músicas. E, para o Requiem For The Indifferent, o Mark optou por deixar o MaYaN como algo completamente diferente, para então começar a escrever para o Epica com a mente fresca. Nós estivemos jutos por mais ou menos dez anos e ele sentiu a necessidade de ter uma segunda banda que fosse realmente realmente Metal muito pesado.

E: Qual a principal diferença entre os vocais do Design Your Universe e os vocais do Requiem For The Indifferent e como sua abordagem para as novas músicas mudou?

Simone: Para esse álbum, é mais extremo, mais versátil. E eu tento experimentar um pouco mais, eu fiz como se estivesse dando o próximo passo em questão de habilidades de canto, técnicas de canto. Mas ainda dá pra reconhecer minha voz, não quer dizer que eu mudei de repente. Mas eu tento em cada álbum me superar e incluir novos elementos para agradar a todos, assim como a mim mesma. É muito animador e é um desafio de verdade.

E: Você continua fazendo aulas de canto?

Simone: No momento, não, porque eu me mudei para o sul da Alemanha e tenho que começar a procurar por um professor de voz.

E: Como cantora, o que é a coisa mais importante para você quando está em palco?

Simone: Que eu consiga me ouvir muito bem. Porque, quando se está no palco, você tem o amplificador da guitarra muito alto, tem a bateria atrás de você. E quando estamos tocando, por exemplo, em palcos pequenos, eu fico com meu microfone perto da bateria, e meu microfone capta o som da bateria. Às vezes, é impossível se ouvir, você não pode cantar porque tem todos aqueles sons vindos da sua volta e você fica "eu não sei que nota estou fazendo agora". Se você não ouve nada, pode cantar muito fora do tom. Então, é muito importante que eu me ouça.

E: Eu sei que você era uma grande fã do Nightwish há um tempo. Você ainda ouve as músicas deles?

Simone: Sim, eu ainda gosto muito de ouvir as músicas deles, principalmente o Oceanborn... Porque, pra mim, esses são como álbuns especiais. Às vezes, você se cansa de um estilo, ou não gosta do rumo que uma banda tomou, mas continua tendo seus álbuns especiais, que você meio que conecta com períodos da sua vida. E o Nightwish sempre será uma dessas bandas especiais para mim.

E: Você ouviu o último álbum deles?

Simone: Sim. Eu gostei. Estou ansiosa para ver o filme e, então, poder ligar um ao outro. Eu posso ouvir algumas influências de Danny Elfman e eu sou uma grande fã dele também. Então gostei mesmo.

E: Além de Metal, que outros gêneros e artistas você ouve?

Simone: Eu também gosto muito de Muse, é uma das minhas bandas favoritas, gosto de Imogen Heap, eu também ouço Lady GaGa, mesmo que algumas pessoas não ache isso bom, mas é música e ela é uma ótima cantora... De novo, alguém famoso que sofre muitas críticas; é como as coisas funcionam hoje em dia.
Deixa eu pensar no que mais eu ouço... Opeth, é Metal. Mas, no geral, é uma mistura; eu não ouço só Metal e nem ouço música tanto assim porque, quando se está em uma banda, você gosta do silêncio pra variar.

E: E de qual desses artistas você gostaria de fazer um cover?

Simone: Para trabalhar junto ou gravar cover?

E: Para gravar um cover.

Simone: Hm, boa pergunta...
Eu não sei!
Eu gosto muito de Imogen Heap, então talvez uma das músicas dela, mas é muito específico... Não sei, talvez alguma do Queen, mas é complicado porque já existe muitos covers deles. Talvez uma música do ABBA, não se sabe. Eu estou aberta a qualquer coisa exceto Hip Hip e R&B, não faz muito meu gosto.

E: Você já considerou fazer um álbum solo ou um projeto solo em algum plano futuro?

Simone: Eu adoraria gravar um álbum fora do Epica e ver até onde isso me leva, mas não posso dizer quando farei isso porque temos o nosso quinto álbum a ser lançado, temos que promovê-lo, depois sair em turnê... O Epica tem feito tantas turnês, que quando se tem tempo livre em casa, não se quer fazer nada, nem pensar em música, porque é sempre muito intensivo. Mas eu definitivamente tenho planos de começar algo. Quando eu tiver tempo.

E: E que tipo de música você gostaria de gravar?

Simone: Definitivamente seria um álbum de Metal. Metal Sinfônico, obviamente, é o meu estilo principal. Mas eu também amo Música Clássica, amo Jazz e também gosto de Pop, mas não quero colocar tudo em um álbum, quero fazer tudo separadamente. Eu não gosto quando alguém tenta combinar muitos estilos, fica - pode ficar - caótico e bagunçado.

E: Certo, agora voltando ao Epica. Vocês vão lançar um novo vídeo?

Simone: Sim. No meio de fevereiro, vamos gravar um novo vídeo para Storm The Sorrow em Amsterdã. E, provavelmente, será lançado por volta da data de lançamento do CD, ou talvez um pouco depois. Atualmente, todos os membros do Epica moram longe uns dos outros, Mark está tirando férias agora... Então estamos meio que tentando fazer acontecer, e demanda muito planejamento.

E: Vocês lançariam um DVD também?

Simone: Fizemos algumas filmagens ao longo desses anos... Mas nós tivemos uma experiência taumática, porque gravamos um show há muitos anos - em 2006, eu acho, ou 2007 - no Paradiso, que nunca foi lançado porque a gravadora faliu. E hoje em dia se vê que não há tantos lançamentos em DVD mais, tudo está no YouTube, de qualquer forma, então...
Mas gostaríamos realmente de um dia gravar um DVD de verdade, ainda mais com tantos perguntando "Cadê aquele show no Paradiso? Ele será usado?", e eu acho isso péssimo porque foi um show muito bom, mas não é recente mais, é meio antigo. É um show do antigo Epica.

E: Quais são suas expectativas para a próxima turnê?

Simone: Deixaremos o palco maior, mais bonito, queremos mesmo decorar mais o palco e ter um show de luzes melhor. Estou planejando isso mesmo, porque tocar ao vivo é ótimo, mas é um pacote completo, o palco tem que ficar bonito... A cada álbum, a banda cresce e você oferece aos fãs algo igualmente espetacular. Dessa forma, quando eles vêm assistir ao show, eles não vêm só pela música, mas também pela parte visual.

E: O que você vê para o futuro da banda e onde você acha que estará daqui a 10 anos?

Simone: Eu acho que provavelmente terei filhos, eu quero ter filhos, provavelmente antes dos 35. E música é a minha vida. Se o Epica não existir mais até lá, eu provavelmente vou continuar no cenário musical ou fazendo algo criativo. Mas eu não gosto de pensar muito no futuro ou no passado, eu gosto de viver o agora. E agora eu tenho 27 anos e o Epica já existe há 10 anos, que é uma data especial.
Veremos o que o futuro guarda. Eu não quero saber muito, porque gosto também de surpresas.

E: Muito obrigado por essa entrevista, essa era a última pergunta. Se quiser deixar uma mensagem aos fãs italianos, por favor, olhe pra câmera.

Simone: Olá a todos! O Requiem For The Indifferent será lançado bem em breve, dia 9 de março. E, se quiserem ouvir o álbum ao vivo inteiramente, venha à Holanda, no 013, dia 16 de março. Se não, nós também vamos tocar em Roma e em Milão com vocês.  
Ciao!

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